Assisti hoje o filme "A Partida", de Yôjirô Takita. O filme japonês recebeu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro este ano. Apesar da crítica ter, de certa forma, crucificado o filme, eu achei lindo. Os críticos dizem que o filme não merecia ter ganho em função de concorrer com o francês "Entre os Muros da Escola" e o israelense "Valsa com Bashir" (que ainda não vi).
Criticas deixadas de lado, o filme na sua essência mostra a linha tênue que separa a vida e a morte. Além disso, o filme foca no ritual japonês para a preparação do corpo para a próxima vida. Daigo (Masahiro Motoki) é um violoncelista que perde o emprego em uma orquestra e volta para sua cidade natal em busca de uma nova oportunidade. O trabalho que encontra é justamente para fazer esse ritual, que é rejeitado pelas pessoas, como sendo de segunda classe. E por aí se desenrola o enredo.
Há um diálogo entre Daigo e um ancião da cidade que me deixou encantada. Eles estão sobre uma ponte e no rio, abaixo deles, os salmões sobem o rio para desovarem. Segue o diálogo:
- Olhando os salmões? (ancião)
- Ah, sim. Estão lá, perto daquelas rochas. Olhe! (Daigo)
- Ah! Vamos lá! Força! Força!
- É. É muito triste subir a correnteza para então morrer, né? Por que tanto esforço para depois morrer?
- Talvez eles queiram voltar para casa.
E o ancião segue seu caminho...
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