sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Bendito Maldito


Plínio Marcos. O Bendito Maldito do livro de Oswaldo Mendes. Uma biografia emocionante. Tão emocionante que chorei mesmo sabendo o final. Talvez o fato de Oswaldo ter conhecido de perto Plínio Marcos o tenha ajudado por demais a escrever o livro. É de uma sensibilidade ímpar. Ele nos mostra todas as facetas do dramaturgo santista, meu conterrâneo. Plínio era um gênio e sabia disso, modestamente.
Tive o prazer de ter dois livretos que ele vendia pelas faculdades, teatros, etc, autografados. E ouvi o famoso e curioso bordão: "prometo morrer logo pra valorizar o livro". Isso aconteceu em 1987. Plínio nos deixou órfãos em 1999. Eu gostaria de não ter meus livros valorizados. Percebo que tenho uma relíquia em mãos. Tive também um privilégio: conhecê-lo, mesmo que rapidamente. Isso poderei contar aos meus filhos.
Plínio recebeu algumas homenagens em vida e depois de sua morte. Fiquei surpresa, e ao mesmo tempo decepcionada, quando vi um busto em sua homenagem escondido embaixo de uma escadaria do teatro municipal de Santos, sua cidade. Acredito que ele deveria estar em um lugar de maior destaque. Pagu, que era fantástica, nomeia vários lugares em Santos. E nem santista era. Deram a um dos túneis da rodovia dos Imigrantes o nome de Plínio Marcos. Um túnel? Gente! O que isso tem a ver com teatro, cultura...Tudo bem, é uma homenagem, mas pelamordedeus, ele merece mais.
Bronca dada, só me resta dizer que o livro é maravilhoso. Devorei e agora estou mais uma vez órfã.